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CNA e entidades do agro pedem mudança no comando da política de irrigação


A Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás (Irrigo) participou do “Seminário Irrigação no Brasil: Uma nova Gestão”, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no qual a CNA e mais oito entidades do setor pediram, nesta quinta (24), a transferência do comando da Política Nacional de Irrigação para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).


Em um documento denominado “Carta Aberta dos Irrigantes”, a CNA e as entidades propõem a mudança imediata na condução da agricultura irrigada do país, atualmente sob a responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, “cujas atividades são direcionadas a obras de infraestrutura”.


Recentemente, o Ministério extinguiu a Secretaria Nacional de Irrigação (SENIR) “deixando a atividade sem comando e direcionamento”. “A condução da política de agricultura irrigada no Brasil enfrenta um quadro de abandono por parte do governo federal”, diz o texto da carta.


Na abertura do Seminário, o presidente da CNA, João Martins, afirmou que a instituição vai trabalhar para transferir ao MAPA a Política Nacional de irrigação. “É urgente alterar o modelo institucional em vigor passando o controle para o Ministério da Agricultura”.


O documento destaca que o Mapa é o órgão adequado para executar as demandas da agricultura irrigante. “O fortalecimento da Política Nacional de Irrigação levará à expansão da área irrigada, verticalizando a produção agropecuária, gerando empregos, reduzindo o risco climático e promovendo o uso eficiente dos recursos naturais”.


A “Carta Aberta dos Irrigantes” foi entregue aos deputados Tereza Cristina (PSB/MS) e Guilherme Coelho (PSDB/PE), representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara. “Esse é um tema sensível. Precisamos avançar na adoção de uma política de irrigação que atenda aos interesses do produtor”, disse a deputada.


O diretor-executivo da Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás (Irrigo), Alécio Maróstica, afirma que falta diálogo entre as entidades do setor e o governo para melhorar a política de irrigação."Acredito que neste momento falta bom senso. Falta sentar em seminários e discutir quais os avanços que nós precisamos. Tem bastante água, para muito mais gente. Nós temos energias renováveis, que nós podemos produzir demais: biomassa, biogás, energia solar etc. Sem precisar dessas enfadonhas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) que estão sendo construídas, caríssimas e de baixa produtividade", defende Maróstica.


Além da CNA, as seguintes entidades assinam o documento: Câmara Temática de Agricultura Sustentável e Irrigação do MAPA; Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem; Associação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação; Associação do Sudoeste Paulista de Irrigação e Plantio na Palha; Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia; Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás; Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais; e o Sindicato dos Produtores Rurais de Luis Eduardo Magalhães.




Seminário


O evento foi dividido em dois painéis sobre Agricultura irrigada: a Ótica do Setor Produtivo e a Integração das Políticas Públicas do Setor Água. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA) e da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, participou dos debates.


O presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcus Tessler, conduziu a primeira discussão e afirmou que não há outro país no mundo com a capacidade e condição que o Brasil tem para expandir a agricultura irrigada. “Hoje são quase 6 milhões de hectares de área irrigada, mas temos potencial para alcançar 60 milhões”.


Já o representante da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB) no Conselho Estadual de Recursos Hídricos, Evilásio Fraga, explicou que a irrigação é uma ferramenta de trabalho que o produtor rural utiliza para otimizar a atividade. “Ela é a combinação de água, solo e planta. É uma tecnologia de apoio ao desenvolvimento do setor”.


Também participaram do painel os representantes da Associação dos Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais (Irriganor), Adson Ribeiro e Ana Maraia Soares Valentini.


O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Lineu Neiva, foi o moderador do segundo debate e explicou que a área irrigada no Brasil irá crescer de forma ordenada e sustentável, independentemente do governo. “É fundamental que haja a integração da política de irrigação com as políticas setoriais, principalmente as de recursos hídricos”.


O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o Coordenador de Agricultura Irrigada do MAPA, José Silvério da Silva, e o Coordenador Geral de Produção Sustentável também do Ministério, Mychel Gomes, participaram da mesa.



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